Cremec investiga erro médico no caso do menino que morreu após ter braço amputado
No dia 29 de dezembro de 2016, Diego caiu em casa. Segundo a mãe, em reportagens da época, os dois assistiam televisão quando a criança levantou para ir ao banheiro. Ainda da cama, a mãe questionou o filho quando ouviu um barulho. Ele explicou que tinha caído e já voltou para o quarto com o braço quebrado. Levado inicialmente ao Hospital Distrital Maria José Barroso de Oliveira, o Frotinha da Parangaba, Diego recebeu os primeiros atendimentos. Depois disso, foi encaminhado ao Instituto Doutor José Frota (JF), para realização de exames e cirurgia.
Conforme o relato da mãe, foi nesse momento que a situação começou a se agravar. Sem fraturas expostas e sem nenhum dano identificado em tomografia, Diego teve que aguardar pela cirurgia. Eles chegaram na unidade em uma sexta-feira, mas, por não estar no mapa cirúrgico - previsão das operações realizadas no dia -, a criança só seria operada na quarta. Com o passar do tempo, a dor que Diego sentia só aumentou. A mãe observou que o braço dele começou a ficar preto - uma bactéria teria infectado a criança e se espalhado rapidamente. Os médicos optaram por amputar o braço.
Sobre o futuro, ela apenas define que "está aguardando" o desenrolar do caso. "Quero justiça. Apesar do tempo, a dor continua a mesma. Um vazio que ficou e que nunca vai ser preenchido", lamenta.
Fonte: O POVO
Conforme o relato da mãe, foi nesse momento que a situação começou a se agravar. Sem fraturas expostas e sem nenhum dano identificado em tomografia, Diego teve que aguardar pela cirurgia. Eles chegaram na unidade em uma sexta-feira, mas, por não estar no mapa cirúrgico - previsão das operações realizadas no dia -, a criança só seria operada na quarta. Com o passar do tempo, a dor que Diego sentia só aumentou. A mãe observou que o braço dele começou a ficar preto - uma bactéria teria infectado a criança e se espalhado rapidamente. Os médicos optaram por amputar o braço.
Além do membro superior, entretanto, outras parte do corpo do menino acabaram necrosando e precisaram ser amputadas também. Apenas algumas horas depois da cirurgia, Diego teve uma parada cardíaca e morreu. Imediatamente, a mãe, Dhaliete Souza, começou a denunciar uma negligência médica que teria levado o filho de uma simples fratura até a morte.
Foram feitas denúncias ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) e o secretário de saúde do Estado, acusando o IJF de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No dia 16 de dezembro do ano passado, quase três anos desde o ocorrido, o advogado de defesa, Gaudenio Santiago, recebeu decisão do Cremec sobre a sindicância aberta sobre o caso. Após apurações iniciais, foi aberto um Processo Ético Profissional (PEP), através do qual haverá a específica apuração para a aplicação da penalidade ao profissional médico. Ainda não é possível concluir que houve erro médico, como O POVO publicou anteriormente.
Foram feitas denúncias ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) e o secretário de saúde do Estado, acusando o IJF de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No dia 16 de dezembro do ano passado, quase três anos desde o ocorrido, o advogado de defesa, Gaudenio Santiago, recebeu decisão do Cremec sobre a sindicância aberta sobre o caso. Após apurações iniciais, foi aberto um Processo Ético Profissional (PEP), através do qual haverá a específica apuração para a aplicação da penalidade ao profissional médico. Ainda não é possível concluir que houve erro médico, como O POVO publicou anteriormente.
Em conversa com O POVO, Gaudenio afirmou que a decisão do Cremec, que foi oficialmente enviada a ele ainda em dezembro, pôde dar mais celeridade na resolução do caso. "Registramos uma notícia-crime no MPCE, que ainda não se posicionou. Com o reconhecimento do possível erro médico, espero que o MPCE se pronuncie".
Conforme o advogado, essas informações serão levadas ao MP para que o mesmo avalie, agora baseando-se na decisão do Cremec, e entenda que houve o homicídio. "A decisão com certeza vai, de certa forma, iluminar os órgãos judiciários e o MP para responsabilizar o IJF. É uma decisão muito importante e que coloca o hospital e os médicos em uma situação mais difícil", colocou Gaudenio.
O POVO entrou em contato com o IJF, buscando um posicionamento sobre o caso e sobre a decisão do Cremec. A direção do hospital esclareceu que não recebeu nenhuma notificação oficial sobre o caso em questão e que só vai se pronunciar quando tiver acesso às informações oficiais do processo.
Em nota, o MPCE informou que a notícia-crime instaurada pelo advogado de defesa junto ao órgão foi encaminhada para a 16ª Promotoria de Justiça Criminal. "Os autos foram encaminhados pela Promotoria à Superintendência da Polícia Civil. No entanto, até esta segunda-feira (27/01), o MPCE ainda não recebeu o inquérito da autoridade policial. Por isso, ainda nesta segunda (27/01), o MPCE vai peticionar a Polícia Civil solicitando informações sobre o caso para continuidade do inquérito", conclui a nota.
'Um vazio que nunca será preenchido'
Três anos completados desde o falecimento de Diego Rauãn não serviram para apagar a dor do luto da mãe, Dhaliete Souza. Durante conversa com O POVO sobre a decisão do Cremec, ela indicou que a conclusão de erro médico já era esperada, o que tornou a passagem dos últimos três anos ainda mais difícil."Um simples braço quebrado se tornou uma complicação toda. Agora, foi comprovado que houve um erro e eu espero que isso sirva para que não aconteça com nenhuma outra criança. É uma dor imensa que eu não posso nem descrever. É muito triste", conta Dhaliete.
'Um vazio que nunca será preenchido'
Três anos completados desde o falecimento de Diego Rauãn não serviram para apagar a dor do luto da mãe, Dhaliete Souza. Durante conversa com O POVO sobre a decisão do Cremec, ela indicou que a conclusão de erro médico já era esperada, o que tornou a passagem dos últimos três anos ainda mais difícil."Um simples braço quebrado se tornou uma complicação toda. Agora, foi comprovado que houve um erro e eu espero que isso sirva para que não aconteça com nenhuma outra criança. É uma dor imensa que eu não posso nem descrever. É muito triste", conta Dhaliete.
Sobre o futuro, ela apenas define que "está aguardando" o desenrolar do caso. "Quero justiça. Apesar do tempo, a dor continua a mesma. Um vazio que ficou e que nunca vai ser preenchido", lamenta.
Fonte: O POVO
Cremec investiga erro médico no caso do menino que morreu após ter braço amputado
Reviewed by Fernando Mendes
on
fevereiro 27, 2020
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