Família de menino de 2 anos atingido por tanque de roupas fala em erro médico por morte após alta
A família do pequeno Pietro Miguel Stoque dos Santos, de apenas 2 anos, alega negligência médica após o menino morrer em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ele foi atingido por um tanque de lavar roupas e chegou a receber atendimento em uma unidade de saúde da cidade, mas recebeu alta e morreu em casa. Segundo apurado pelo G1, o médico foi preventivamente afastado, e a Polícia Civil investiga o caso.
A tia de Pietro, Jéssica Aparecida Ramos da Silva, de 32 anos, disse nesta sexta-feira (25) que a família busca por justiça. "Era para ele estar aqui com a gente, brincando, dando risada. Não sei como ele aguentou até aquele horário. A gente fez o que pode por ele, se o médico tivesse visto na hora, tivesse passado para um outro hospital, tinha salvado a vida dele", desabafou.
O caso ocorreu na Rua São Francisco, no bairro Suarão. A mãe do menino contou à Polícia Civil que o filho brincava no quintal de casa quando, em determinado momento, o tanque de cimento caiu em cima dele. Ele ficou com ferimentos na região do peito e foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Infantil.
Na unidade, ele recebeu atendimento médico, ficou em observação por cerca de três horas e, em seguida, recebeu alta. Entretanto, já em casa, ele reclamava com a mãe, alegando estar com dor. Ele tomou um remédio para aliviar os sintomas e dormiu. Durante a madrugada, por volta das 2h30, a mãe notou que Pietro não estava respirando, e a família acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito.
A tia de Pietro explica que, no hospital, foi feito um raio-X, porém, o médico que o atendeu não teria percebido nada de errado. "O médico quis dar alta, mas a médica não quis. Ele pediu para deixar em observação e liberou. Ele foi negligente, não fez o trabalho dele direito de examinar. Tem que escutar o pulmão da criança, é procedimento que deve ser feito", desabafa Jéssica.
O corpo do menino foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, onde passou por exame necroscópico. Os resultados e o laudo com a causa da morte vão auxiliar nas investigações para apurar o que aconteceu, e ajudar na avaliação da conduta do médico. A família acompanha o caso de perto, segundo explica a tia.
UPA
Em nota, a Secretaria de Saúde de Itanhaém informou que a criança foi atendida pela equipe médica assim que chegou à unidade e passou por um raio-X do tórax AP (antero-posterior), que não evidenciou nenhuma fratura. A criança ficou no local em observação por volta de cinco horas e depois teve alta. Já em casa, foi a óbito durante a madrugada.
Ainda conforme a pasta, foi aberta uma sindicância para total apuração do ocorrido, com a profunda análise de todos os dados e documentação do atendimento. O médico será preventivamente afastado do atendimento. A secretaria se solidariza com a família e afirma que fará uma severa apuração do ocorrido.
Fonte G1