Polícia ouve idosa que teve perna amputada por erro médico em Maceió
Paciente disse que ficou desesperada quando percebeu a amputação. Ela continua internada. Delegado aguarda laudo de médico legista para incluir no inquérito policial.
O delegado Robervaldo Davino ouviu nesta quarta-feira (17) a idosa que teve uma perna amputada por erro médico no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Após o procedimento, ela foi transferida para o Hospital Metropolitano, onde permanece internada. Foi a primeira vez que ela foi ouvida formalmente pela polícia.
No depoimento, a idosa disse que estava ciente de que iria realizar uma cirurgia ortopédica no tornozelo esquerdo e que em nenhum momento, ninguém da equipe médica ou de enfermagem lhe fez perguntas ou informou sobre qualquer outro tipo de procedimento.
"Vamos enviar um expediente ao IML para que a mesma seja periciada por um médico legista, pois é importante o laudo pericial, apesar de nos autos já existir o prontuário. Teremos que tomar ainda mais dois depoimentos para concluirmos o Inquérito Policial", disse o delegado.
Gritos e desespero
A paciente aguardava uma cirurgia para corrigir uma fratura no tornozelo, mas teve uma perna amputada até a altura da coxa. A direção do hospital afastou a equipe médica envolvida e abriu sindicância para apurar o caso.
A idosa disse ao delegado que em nenhum momento foi perguntada sobre sua identidade quando entrou na sala de cirurgia e que não houve nenhuma comunicação entre ela, a equipe de enfermagem e a equipe médica sobre o tipo de cirurgia que faria.
Ao ser colocada na maca, ela recebeu a anestesia e em seguida foi amarrada. A idosa disse ao delegado que chegou a questionar porque estava sendo amarrada, mas não obteve resposta. Em seguida, foi colocado um pano no seu rosto que a impediu de ver o procedimento que estava sendo realizado.
Após a cirurgia ela ficou sozinha na sala. Foi quando percebeu que tinha tido a perna amputada. Ela conta que entrou em desespero, começou a gritar.
Depois de uma hora, a médica que fez a cirurgia apareceu na sala. A paciente relatou que ela estava chorando, lhe deu um abraço e pediu desculpas. Em seguida foi levada para a enfermaria por um maqueiro.
Fonte G1