Mãe denuncia que erro médico encurtou braço de menino com deficiência
Guilherme Gomes, 15 anos, tem deficiência intelectual. Ele quebrou o braço no início deste ano e precisou ser submetido a cirurgias ortopédicas em um hospital particular de Taguatinga. Após os procedimentos, o braço do garoto continuou visivelmente torto, com uma fratura evidente, o que lhe provocava muita dor.
De acordo com a família, o médico responsável garantiu que tudo estava correto e a situação fazia parte da recuperação. Meses depois, o menino precisou passar por novos procedimentos e teve o membro encurtado.
Mãe do garoto, Liliane Leite também indica que o médico não teria usado hastes de fixação do osso, que foram pagas pelo plano de saúde. “Ao passar dos dias, meu filho começou a ter uma deformação inaceitável no braço. Ele começou a ter o braço muito torto, entortou ao extremo. Eu passei por nove consultas com esse médico. Nas nove, eu perguntava para o doutor se era assim mesmo. Ele falava para aquietar meu coração, que estava certo, que ele vai crescendo e o osso vai se alinhando”, conta.
Aflita com a situação, em que o menino começou a perder os movimentos do punho e do cotovelo, a mãe procurou outros centros clínicos. Os cirurgiões apontaram que havia erros grotescos. Os novos raio-x mostravam o tamanho da deformidade.
“Meu filho não tem previsão certa de alta. Já fez mais de 60 sessões de fisioterapia e não tem previsão de alta. O novo médico, de imediato, solicitou todos os exames […] “. A família teve que se desdobrar para acompanhá-lo nas terapias, sempre se prejudicando no trabalho por conta das ausências. Até hoje, o garoto não recuperou os movimentos do braço e continua sentindo muita dor.
Após os problemas, que causaram a redução do braço do menino, Liliane retornou ao primeiro profissional que atendeu a família, o responsável pelos supostos erros. À mãe, ele reconheceu a condição do menino e afirmou que poderia fazer uma cirurgia corretiva.
“O Guilherme agora está melhor, mas, até a cirurgia de correção, ele estava muito abatido, triste, com medo de se machucar de novo e ter que fazer uma nova cirurgia devido aos traumas”, comenta a mãe. A mulher relata que o menino foi alvo de bullying na escola por conta do braço, o que prejudicou seu desempenho escolar.
Ao Metrópoles, o médico garantiu que procedimentos foram corretos e as lesões que surgiram posteriormente foram causadas por outras questões relacionadas à recuperação. O ortopedista ainda exemplificou que novas quedas podem ter gerado as fraturas mais recentes.
O cirurgião também garante que todos os equipamentos citados no relatório médico foram usados. Ele compartilhou imagens de raio-x que evidenciariam sua explicação. Atualmente, o caso é investigado como lesão corporal pela 12ª Delegacia de Polícia.
Em nota, o hospital informou que, “em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não comenta casos de pacientes”. “A diretoria se coloca à disposição da família para quaisquer esclarecimentos”, completou a instituição..